DEPOIMENTOS

Hora da leitura!
Às vezes não precisamos fazer muito esforço para que as coisas boas aconteçam em nossas vidas, basta termos um pouquinho de sorte! 
No último dia do curso presencial  "MELHOR GESTÃO MELHOR ENSINO", foram sorteados dois livros de poesias do escritor Paulo Franco -"Do outro lado" Fui uma das sorteadas e decidi que faria a leitura para os meus alunos do nono ano. Naquele mesmo dia dei início à leitura da obra para conhecê-la e conhecer também um pouco da biografia do escritor. Amei os poemas e  não deixei para depois. Comecei a ler  para os alunos, logo no dia seguinte - um poema por dia. Eles estão gostando  muito desses momentos e os aguardam com alegria.  Esse  projeto  "Diário de Leitura" só  exige  dois compromissos: o ouvir e  deixar a imaginação fluir - "viajar"! 
Se você está a procura de um livro de poesias que revitalize sonhos e utopias leia: "Do outro lado", de Paulo Franco!

Abraços,
Profª Maria Tereza




Alguns depoimentos selecionados do fórum:

Por Maria Tereza:

Em 3/6/2013 23:23
"Infelizmente minha experiência de leitura não foi tão agradável nas séries iniciais e no ensino fundamental II, antigo ginásial. Fui alfabetizada no método tradicional e não me lembro de ter ouvido leituras nesses anos todos. Ao ingressar no Ensino Médio as leituras eram obrigatórias e eu pouco li. Fiz o curso de Letras para aprender a gostar dessa disciplina, pois sempre tive facilidade na área de exatas. Aprendi a gostar de ler praticamente na adolescência e , apesar de achar muito importante a leitura sem compromisso com período literário e autores indicados para determinado ano, procurei aproveitar o tempo "perdido" e ler os clássicos da nossa literatura. Há 20 anos  leio para os meus alunos de primeiro ano do EF I e II. Leio, em média 200 textos (de vários gêneros) por ano para as crianças de séries iniciais e, para o Ensino Fundamental II e EM,procuro ler pelo menos um texto por semana, pois temos outros momentos que envolvem leitura e produção textual. Das obras que li a que mais me marcou foi "Mar morto". Nenhuma outra me causou tamanha dor. Quando li o depoimento de Newton Mesquita pensei imediatamento nesse romance e concordo plenamente com ele: "O  texto literário permite-nos uma comunhão com o universo revelado pelo autor." Abraços.... e até mais!"


Em 4/6/2013 22:32
"Sandra, amei seu poema! Parabéns!!!!!!!"

Meus primeiros anos escolares

Saudades daquelas tardes ensolaradas
Do meu uniforme azul e vermelho
Da cantina, dos “tios e tias”
Do cheiro de giz de cera,
Do material novo, da mochila nova
Dos meus amiguinhos...
Quem quando criança não quis ser professor?
 Sempre tive uma queda pelas palavras,
Não sei se é herança de família vinda de lá das terras de Camões
Ou mera identificação
O fato é que elas sempre fizeram parte da minha vida
Nos debates orais, nas produções textuais,
E até mesmo na criação de pequenas  peças teatrais.
Sei que graças aos meus professores e aos livros que li
Aprendi a pensar e refletir
E viajei...
Viajei muito...
E conheci histórias e personagens inesquecíveis:
Polyana menina, Polyana moça,
Cazuza, Tonico, Tonico e Carniça...
Entre outros que ajudaram a criar o meu ser e
 Ficarão na minha memória.
Prof. Sandra Lúcia

Em 4/6/2013 22:10
"Revendo minhas práticas de leitura e produção de texto, lembrei de mais uma leitura que  gostei muito e que me fez "mergulhar" no mundo da personagem e sofrer junto com ela! O livro é "A bolsa amarela", de Lygia Bojunga. Depois de ler para meus alunos, propus  uma  produção: cada aluno escolheria um capítulo e reescreveria esse capitulo fazendo as adaptações necessárias para que o texto "contasse" a sua história, seus medos e angústias. Após terminarem as produções, os alunos fizeram as leituras e amaram esse momento. Os capítulos foram reunidos e encadernados e o título, depois de muitas sugestões ficou: "Nós, na bolsa amarela". Abraços..."




Por Helena Yukie

Em 5/6/2013 20:26
"O que dizer sobre meu gosto pela leitura.
Gosto de ler de tudo um pouco, mas as minhas leituras favoritas envolvem suspense, mistério e terror, este último sendo o meu predileto. Talvez esse gosto sombrio tenha surgido na adolescência, pois nas férias devora livros com essa temática. Ultimamente minhas leituras têm sido para meu filho de quatro anos, que adora os clássicos infantis, principalmente a história dos "Três porquinhos" e "Pinóquio". Esse gosto pela leitura dele começou desde cedo, mas aos dois anos, ele me fez ler a obra "O Pequeno Príncipe". 
Há uns dois dias atrás eu o vi às voltas com o livro "Caminho de Swan" de Proust, e ao questioná-lo se a leitura não era muito difícil, ele me respondeu: "Está fácil", claro que não aguentei e comecei a rir, já que ele reconhece as letras, mas ainda não tem a compreensão de mundo para ler obra tão complexa."

Em 7/6/2013 20:00
"Minhas primeiras leituras


A minha alfabetização começou em japonês, com meus avós, pois eram eles que ficavam comigo e meu irmão, enquanto meus pais trabalhavam, por isso falar em Português para mim aconteceu tardiamente. Na escola eram as professoras que liam os textos e os livros, e quando elas deixavam, havia uma comoção geral, pois todos queriam ler.
Comecei a tomar gosto pela leitura com as histórias em quadrinhos do Mickey, do Tio Patinhas, do Pato Donald, da Turma da Mônica e mangás (escritos na língua japonesa). Mas depois de reler muitas vezes as mesmas histórias, pois na época HQs e mangás eram caros para mim e consumiam minha mesada, que era pequena. Minha mãe, D. Elza, percebeu que ler estes gêneros textuais, já não me satisfaziam mais, então começou trazendo para casa livros da biblioteca da escola em que lecionava (ela foi professora do antigo primário), durante as férias, ela trazia uma caixa cheia de livros, que eu logo terminava, pois não conseguia parar de ler. Já na fase inicial da adolescência passei a  tomar gosto pelas história da série "Berenice, a detetive", série Vagalume, Pollyanna e todos as histórias de aventura, no final da adolescência, a mais sombria (como meu pai fala até hoje), pois foi nesta época que passei pela fase "aborrecente", lia livros de terror, o meu preferido, "Horror em Amityville". Que até hoje é o gênero literário de cabeceira, porém leio de tudo um pouco, procuro acompanhar também o que os alunos leem, pois acredito que, nós, educadores, precisamos conhecer o gosto deles, e assim discutirmos na sala de aula, não podemos nos distanciar da linguagem nem dos produtos culturais que eles consomem.

Ufa! Acho que chega, não é mesmo?"








DEPOIMENTO DE MARIA TEREZA:
J. C. Violla  - Dançarino.
“a leitura me ajuda na concentração, me leva para dentro, me acalma e me alimenta espiritualmente” e acrescenta: “ queria , não apenas, esticar braços e  pernas e ficar preso ao próprio corpo;  queria esticar a cabeça”. 
      Essa visão que J.C.Violla tem de leitura não permite que as pessoas fiquem alienadas. Dá condições para que  ampliem  seus horizontes e contribuam, também, com os demais segmentos da sociedade.

Danuza Leão – jornalista e escritora.
"Não estabelece um critério de leitura. Lê tudo que chega às suas mãos. Um livro, para ela, ou é bom ou não."

Newton Mesquita –Pintor.
"Assim como nas telas que pinta, busca na literatura uma comunhão com o universo revelado com o autor."

      Os depoimentos acima demonstram uma riqueza de significados, que parecem dialogar com    as pessoas  de maneira clara e muito sensível. Há interação entra palavras e emoção. Esses autores demonstram a sensibilidade que só é manifestada em  pessoas  apaixonadas  pela leitura. Esses  depoimentos descrevem e confirmam o papel das ARTES em nossas vidas.
Propostas de trabalhos com a leitura e a escrita na escola:
      A leitura diária de textos literários sem a preocupação de avaliar desenvolve, nos alunos, o prazer pela leitura. Há algumas estratégias de leitura que motivam os alunos e, dependendo da turma, algumas mais, outras menos; tudo depende da receptividade de cada turma , da motivação do professor e  do  momento que a  atividade é proposta.
      Quando percebo que a turma está agitada, além da leitura há um fundo musical que acalma e facilita a interação da turma com o texto.
      Outra possibilidade é a da leitura, feita pelo professor, mas com interação dos alunos: Chegando em determinado ponto  da leitura, o professor aguça neles a curiosidade - o que vocês acham que acontecerá no próximo parágrafo ou no próximo momento da narrativa? Nesse questionamento eles darão destino às personagens, desviarão o foco narrativo, reclamarão das ações das personagens enfim, “criarão” situações e tornar-se-ão “escritores”. Em seguida farei a leitura e darei o desfecho à situação, segundo o autor do texto. O interessante, nesse momento, é que alguns alunos não gostam do que o texto apresenta como seqüência da narrativa. Outros ficam admirados, pois não esperavam aquele desfecho e gostam....
      Outra experiência que costuma dar certo é dividir o texto e pedir que alguns alunos leiam. O  interessante é que a maioria quer contribuir com a leitura. Nesse momento oriento-os de que  é preciso postura e preocupação com a pronúncia das palavras. É o momento de prepará-los para que sejam ouvidos e, indiretamente, analisados como leitores. O melhor desse momento é que  os alunos têm consciência de que quando a turma esta disposta, a aula fica alegre e prazerosa. Esse é o “termômetro” para verificar se a estratégia deu certo ou não.
      Outro momento é o momento da leitura silenciosa. Os alunos gostam de pegar o livro, que escolheram e ler. Nesse momento confirmo as palavras da jornalista e escritora Danuza Leão: “Não existe critério para ler...”. Muitas vezes os alunos pedem indicação de leitura, pois eles ainda estão à procura de textos que os “prendam”, pois há outras possibilidades de leituras que, nessa fase, são mais atrativas. Mas se não quiserem ler os clássicos não critico  suas escolhas, pois penso que aquele momento é só deles e eles saberão tirar proveito daquelas leituras.
      As leituras de contos facilitam esses trabalhos, porém nada impede que romances ou outros gêneros  façam parte desses momentos.
      Quando o prédio escolar dá condições de uma leitura fora da sala de aula, também é uma  proposta  agradável. Já tive turmas que no dia da leitura , no pátio da escola, levavam almofadas para melhor se acomodarem. Quando há árvores podem realizar a leitura  ao ar livre. Essa dinâmica também pode ser usada no momento de produção. A orientação para esse momento é que deixem a imaginação fluir. Que não se preocupem com as questões gramaticais. Haverá um momento para os “ajustes” e correções. Já tive alunos que passaram a escrever  longos textos depois dessa observação, pois erravam muito e tinham “medo” de se exporem.
      Quando  Newton Mesquita vê na literatura uma comunhão com o mundo do autor, eu  percebo  que os alunos “mergulham nesse mundo” quando estão produzindo seus textos.
      Para mim falar das minhas práticas  de leitura se tornam mais fáceis do que relatar minhas experiências como leitora. Hoje não leio só para os meus alunos, leio para mim também! “Curto” as leituras que faço, que ouço e que compartilho!  
      Espero ter contribuído com esse momento. Abraços a todos!
                                                                                                       Maria Tereza

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