Depoimentos selecionados:
J. C. Violla - Dançarino.
“a leitura me ajuda na concentração, me leva para dentro, me acalma e me alimenta espiritualmente” e acrescenta: “ queria , não apenas, esticar braços e pernas e ficar preso ao próprio corpo; queria esticar a cabeça”.
Essa visão que J.C.Violla tem de leitura não permite que as pessoas fiquem alienadas. Dá condições para que ampliem seus horizontes e contribuam, também, com os demais segmentos da sociedade.
Danuza Leão – jornalista e escritora.
"Não estabelece um critério de leitura. Lê tudo que chega às suas mãos. Um livro, para ela, ou é bom ou não."
Newton Mesquita –Pintor.
"Assim como nas telas que pinta, busca na literatura uma comunhão com o universo revelado com o autor."
Os depoimentos acima demonstram uma riqueza de significados, que parecem dialogar com as pessoas de maneira clara e muito sensível. Há interação entra palavras e emoção. Esses autores demonstram a sensibilidade que só é manifestada em pessoas apaixonadas pela leitura. Esses depoimentos descrevem e confirmam o papel das ARTES em nossas vidas.
Propostas de trabalhos com a leitura e a escrita na escola:
A leitura diária de textos literários sem a preocupação de avaliar desenvolve, nos alunos, o prazer pela leitura. Há algumas estratégias de leitura que motivam os alunos e, dependendo da turma, algumas mais, outras menos; tudo depende da receptividade de cada turma , da motivação do professor e do momento que a atividade é proposta.
Quando percebo que a turma está agitada, além da leitura há um fundo musical que acalma e facilita a interação da turma com o texto.
Outra possibilidade é a da leitura, feita pelo professor, mas com interação dos alunos: Chegando em determinado ponto da leitura, o professor aguça neles a curiosidade - o que vocês acham que acontecerá no próximo parágrafo ou no próximo momento da narrativa? Nesse questionamento eles darão destino às personagens, desviarão o foco narrativo, reclamarão das ações das personagens enfim, “criarão” situações e tornar-se-ão “escritores”. Em seguida farei a leitura e darei o desfecho à situação, segundo o autor do texto. O interessante, nesse momento, é que alguns alunos não gostam do que o texto apresenta como seqüência da narrativa. Outros ficam admirados, pois não esperavam aquele desfecho e gostam....
Outra experiência que costuma dar certo é dividir o texto e pedir que alguns alunos leiam. O interessante é que a maioria quer contribuir com a leitura. Nesse momento oriento-os de que é preciso postura e preocupação com a pronúncia das palavras. É o momento de prepará-los para que sejam ouvidos e, indiretamente, analisados como leitores. O melhor desse momento é que os alunos têm consciência de que quando a turma esta disposta, a aula fica alegre e prazerosa. Esse é o “termômetro” para verificar se a estratégia deu certo ou não.
Outro momento é o momento da leitura silenciosa. Os alunos gostam de pegar o livro, que escolheram e ler. Nesse momento confirmo as palavras da jornalista e escritora Danuza Leão: “Não existe critério para ler...”. Muitas vezes os alunos pedem indicação de leitura, pois eles ainda estão à procura de textos que os “prendam”, pois há outras possibilidades de leituras que, nessa fase, são mais atrativas. Mas se não quiserem ler os clássicos não critico suas escolhas, pois penso que aquele momento é só deles e eles saberão tirar proveito daquelas leituras.
As leituras de contos facilitam esses trabalhos, porém nada impede que romances ou outros gêneros façam parte desses momentos.
Quando o prédio escolar dá condições de uma leitura fora da sala de aula, também é uma proposta agradável. Já tive turmas que no dia da leitura , no pátio da escola, levavam almofadas para melhor se acomodarem. Quando há árvores podem realizar a leitura ao ar livre. Essa dinâmica também pode ser usada no momento de produção. A orientação para esse momento é que deixem a imaginação fluir. Que não se preocupem com as questões gramaticais. Haverá um momento para os “ajustes” e correções. Já tive alunos que passaram a escrever longos textos depois dessa observação, pois erravam muito e tinham “medo” de se exporem.
Quando Newton Mesquita vê na literatura uma comunhão com o mundo do autor, eu percebo que os alunos “mergulham nesse mundo” quando estão produzindo seus textos.
Para mim falar das minhas práticas de leitura se tornam mais fáceis do que relatar minhas experiências como leitora. Hoje não leio só para os meus alunos, leio para mim também! “Curto” as leituras que faço, que ouço e que compartilho!
Espero ter contribuído com esse momento. Abraços a todos!
Maria Tereza
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